Imagine que, ao falar com um amigo, comentou que adora queijos franceses e que, até pensou em comprar alguns. Logo depois, ao navegar no Instagram, apareceram anúncios de queijo camembert no seu feed. Parece coincidência, mas será que é mesmo?
Os anúncios nas redes sociais, como no Facebook e no Instagram, são frequentemente tão precisos que geram especulação entre os utilizadores. “Será que os telemóveis estão realmente a ouvir as nossas conversas?”. Embora especialistas garantam que isto seria tecnicamente impossível e que se trata apenas de uma mera coincidência, novos dados desafiam esta convicção. Documentos revelados pela 404 Media indicam a existência de um software chamado “Active Listening”, utilizado pelo Cox Media Group (CMG) — um dos maiores nomes da TV e rádio nos EUA e parceiro de marketing do Facebook — pode estar, na verdade, a escutar as conversas dos seus clientes. Mas como é que isto funciona na prática?
Este software, denominado “Active Listening”, recorre à inteligência artificial para cruzar os áudios com o comportamento online dos utilizadores, com o objetivo de desenvolver anúncios publicitários mais precisos e direcionados.
Empresas de renome, como a Amazon, Facebook e Google, são também mencionadas neste escândalo, como empresas que usufruíram deste software. A divulgação do relatório pela 404 Media já provocou algumas reações: a Google, entretanto, já retirou o CMG da sua lista de Parceiros Certificados, e a Meta, começou a rever a sua parceria com o CMG para investigar possíveis violações dos seus termos de serviço.
Estas revelações voltaram a abrir o debate sobre as implicações legais e éticas da recolha de dados pessoais, sublinhando a necessidade urgente de uma regulamentação mais rigorosa que proteja a privacidade dos utilizadores.
